24.3.11

2a.s

começou com um cronograma com vários espaços vagos.
na primeira semana fotografamos na sto amaro. na segunda semana cianotipamos. como o tempo não ajudou (toda tarde de 2a. nublava ou chovia) começamos a inventar outras experimentações.
um delírio antigo era fazer imagem em vidro. ampliada em vidro curvo. quando vi um frasco de liquid light fiquei curiosa, nunca tinha usado. confesso que achei que não funcionaria, estava megavencido como quase tudo ali no lab do guilherme maranhão. seguimos as recomendações do fabricante e começamos a tentar. confesso que por conta da minha ansiedade sempre antecipávamos o processo (o secador, lembram dele?). enfins, a imagem acontecia e na parte molhada do processo ela se perdia, dissolvia... uma tristeza... até que deixamos um vidro lá, gelatinado, 'ah... chega por hoje, semana que vem retomamos'...
na semana seguinte emulsionamos e por coincidencia, o guilherme tinha construído uma câmera para receber filmes 30x40cm. o vidro cabia certinho (idéia do ricci). descemos pra piscina e rolou. rolou lindo.
o fernando ricci sugeriu que no proximo paraty em foco montássemos um coletivo da caixa, mas como eu gosto dos pequenos formatos pensei que queria a minha caixa bem pequena. daí surgiu a idéia das lâminas de microscópio.
a princípio achei que construiríamos uma câmera específica pra receber pequenas plaquinhas de vidro, mas a pressa de testar logo e de sair fotografando no vidro era tanta que o guilherme me sugeriu a câmera ideal (ideal era o nome da câmera). uma câmera de fole, que desdobra e fica compacta pra transportar. perfeita. ideal mesmo.
agora fico na piração de fotografar e revelar na minha caixinha de revelação de raios X de dentista. ando muito científica eu!
na última segunda fizemos uma foto de objetos próximos, um retrato (com o gui e o rivers) e uma paisagem (a piscina novamente).
depois de uma conversa hoje com o marcelo schellini sobre retratos cheios de dignidade, fiquei tentada a fotografar as pessoas. e como o tempo de exposição é maior, a questão da pose reforça a solenidade do ato fotográfico e também da autoria compartilhada com o retratado. enfins... mas as idéias não estão claras e ainda não sei no que vai dar. vou tentar simplesmente fazer. fazer sem porquês. esperar o trabalho seguir o rumo mais naturalmente. só posso dizer uma coisa: está divertido. muito divertido.

1 comentário:

Solange disse...

Bem que eu estava acompanhando os 'vidrinhos' lá no flickr e morrendo de curiosidade (não que eu entenda muita coisa, mas sou fascinada por tudo o que se refere a fotografia :D)