"É, sem dúvida, na categoria de romance que Walter Benjamin inscreve as imagens de Hill, Julia Cameron, Nadar, cujos modelos vêm cercados de uma aura que confere plenitude e segurança no olhar. Se a aura é decorrência da duração da exposição que provocava um acréscimo de luminosidade na imagem, ela não pode ser, contudo, dissociada da relação dos modelos de Hill com algo inédito para eles - a objetiva. Diante dela, o modelo mostrava-se reservado e tímido. Isolado e estimulado a entrar num estado de concentração tranquila, o sujeito oferecia à câmara um rosto ainda não contaminado pela relação entre fotografia e atualidade, um rosto 'cercado por um silêncio, dentro do qual o olhar repousava'."*
*Fabris, Annateresa. Identidades Virtuais, uma leitura do retrato fotográfico. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004.
26.4.11
24.3.11
2a.s
começou com um cronograma com vários espaços vagos.
na primeira semana fotografamos na sto amaro. na segunda semana cianotipamos. como o tempo não ajudou (toda tarde de 2a. nublava ou chovia) começamos a inventar outras experimentações.
um delírio antigo era fazer imagem em vidro. ampliada em vidro curvo. quando vi um frasco de liquid light fiquei curiosa, nunca tinha usado. confesso que achei que não funcionaria, estava megavencido como quase tudo ali no lab do guilherme maranhão. seguimos as recomendações do fabricante e começamos a tentar. confesso que por conta da minha ansiedade sempre antecipávamos o processo (o secador, lembram dele?). enfins, a imagem acontecia e na parte molhada do processo ela se perdia, dissolvia... uma tristeza... até que deixamos um vidro lá, gelatinado, 'ah... chega por hoje, semana que vem retomamos'...
na semana seguinte emulsionamos e por coincidencia, o guilherme tinha construído uma câmera para receber filmes 30x40cm. o vidro cabia certinho (idéia do ricci). descemos pra piscina e rolou. rolou lindo.
o fernando ricci sugeriu que no proximo paraty em foco montássemos um coletivo da caixa, mas como eu gosto dos pequenos formatos pensei que queria a minha caixa bem pequena. daí surgiu a idéia das lâminas de microscópio.
a princípio achei que construiríamos uma câmera específica pra receber pequenas plaquinhas de vidro, mas a pressa de testar logo e de sair fotografando no vidro era tanta que o guilherme me sugeriu a câmera ideal (ideal era o nome da câmera). uma câmera de fole, que desdobra e fica compacta pra transportar. perfeita. ideal mesmo.
agora fico na piração de fotografar e revelar na minha caixinha de revelação de raios X de dentista. ando muito científica eu!
na última segunda fizemos uma foto de objetos próximos, um retrato (com o gui e o rivers) e uma paisagem (a piscina novamente).
depois de uma conversa hoje com o marcelo schellini sobre retratos cheios de dignidade, fiquei tentada a fotografar as pessoas. e como o tempo de exposição é maior, a questão da pose reforça a solenidade do ato fotográfico e também da autoria compartilhada com o retratado. enfins... mas as idéias não estão claras e ainda não sei no que vai dar. vou tentar simplesmente fazer. fazer sem porquês. esperar o trabalho seguir o rumo mais naturalmente. só posso dizer uma coisa: está divertido. muito divertido.
na primeira semana fotografamos na sto amaro. na segunda semana cianotipamos. como o tempo não ajudou (toda tarde de 2a. nublava ou chovia) começamos a inventar outras experimentações.
um delírio antigo era fazer imagem em vidro. ampliada em vidro curvo. quando vi um frasco de liquid light fiquei curiosa, nunca tinha usado. confesso que achei que não funcionaria, estava megavencido como quase tudo ali no lab do guilherme maranhão. seguimos as recomendações do fabricante e começamos a tentar. confesso que por conta da minha ansiedade sempre antecipávamos o processo (o secador, lembram dele?). enfins, a imagem acontecia e na parte molhada do processo ela se perdia, dissolvia... uma tristeza... até que deixamos um vidro lá, gelatinado, 'ah... chega por hoje, semana que vem retomamos'...
na semana seguinte emulsionamos e por coincidencia, o guilherme tinha construído uma câmera para receber filmes 30x40cm. o vidro cabia certinho (idéia do ricci). descemos pra piscina e rolou. rolou lindo.
o fernando ricci sugeriu que no proximo paraty em foco montássemos um coletivo da caixa, mas como eu gosto dos pequenos formatos pensei que queria a minha caixa bem pequena. daí surgiu a idéia das lâminas de microscópio.
a princípio achei que construiríamos uma câmera específica pra receber pequenas plaquinhas de vidro, mas a pressa de testar logo e de sair fotografando no vidro era tanta que o guilherme me sugeriu a câmera ideal (ideal era o nome da câmera). uma câmera de fole, que desdobra e fica compacta pra transportar. perfeita. ideal mesmo.
agora fico na piração de fotografar e revelar na minha caixinha de revelação de raios X de dentista. ando muito científica eu!
na última segunda fizemos uma foto de objetos próximos, um retrato (com o gui e o rivers) e uma paisagem (a piscina novamente).
depois de uma conversa hoje com o marcelo schellini sobre retratos cheios de dignidade, fiquei tentada a fotografar as pessoas. e como o tempo de exposição é maior, a questão da pose reforça a solenidade do ato fotográfico e também da autoria compartilhada com o retratado. enfins... mas as idéias não estão claras e ainda não sei no que vai dar. vou tentar simplesmente fazer. fazer sem porquês. esperar o trabalho seguir o rumo mais naturalmente. só posso dizer uma coisa: está divertido. muito divertido.
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25.2.11
vizinho
ele tem uma vassoura, um balde e um rodo. também vi que tem um colchonete e sempre está de banho tomado.
toda noite, quando passo de moto por ali, ele está limpando o pedaço de chão onde vai dormir a seguir.
toda noite, quando passo de moto por ali, penso em parar, puxar papo pra ouvir a estória de vida desse morador de rua que é meu vizinho...
toda noite, quando passo de moto por ali, ele está limpando o pedaço de chão onde vai dormir a seguir.
toda noite, quando passo de moto por ali, penso em parar, puxar papo pra ouvir a estória de vida desse morador de rua que é meu vizinho...
21.2.11
( ♥ )
fazendo jus a nova panquequeira recém adquirida (rendi-me ao teflon, que não gosto, mas tentei fazer na creuset e grudou!!! inaceitável)
ontem experimentei essa receita.
hoje adicionei mirtilo nessas.
a primeira é mais inocente. com apenas 1 colher de oléo e menos fermento, borbulha pouco e por isso não forma os desenhos tostadinhos tão bonitos.
a segunda, com 3 colheres de manteiga ficam mais altas, mais pesadinhas e tosta lindo.
agora preciso arrumar uma receita de panqueca salgada, pra fazer enroladinha.
:)
ontem experimentei essa receita.
hoje adicionei mirtilo nessas.
a primeira é mais inocente. com apenas 1 colher de oléo e menos fermento, borbulha pouco e por isso não forma os desenhos tostadinhos tão bonitos.
a segunda, com 3 colheres de manteiga ficam mais altas, mais pesadinhas e tosta lindo.
agora preciso arrumar uma receita de panqueca salgada, pra fazer enroladinha.
:)
10.2.11
# como não achamos um curso bacana que fosse possível (por falta de $ e de tempo), decidimos sistematicamente gastar 200 reais/mês na compra de suprimentos fotográficos e nos encontrarmos religiosamente toda segunda pra gastá-los.
# na 2a. passada fotografamos na avenida sto. amaro, na próxima a idéia é cianotipar.
# o investimento num secador de cabelos (pra secar os processos históricos todos que pretendo fazer) não parece má idéia, não?
# na 2a. passada fotografamos na avenida sto. amaro, na próxima a idéia é cianotipar.
# o investimento num secador de cabelos (pra secar os processos históricos todos que pretendo fazer) não parece má idéia, não?
13.1.11
11.1.11
9.1.11
sobre a rede
me vi pesquisando gente que eu não encontro há 15 anos.
não tenho pretensão nenhuma de retomar esses contatos.
só deu pequenas saudades e eu quis saber como andava a vida.
resolvi ver como é que isso funciona.
estabeleci alguns critérios (e como na vida, afinal de contas eu sou escorpiana):
não peço pra ninguém ser meu amigo.
mas aceito quem espontaneamente quer ser meu amigo.
entendi que a coisa é ainda um pouco mais complexa.
vários detalhes de perfil pra decidir se preencho ou não.
e vários parâmetros de privacidade...
enfins... vamos lá, experimentar isto.
não tenho pretensão nenhuma de retomar esses contatos.
só deu pequenas saudades e eu quis saber como andava a vida.
resolvi ver como é que isso funciona.
estabeleci alguns critérios (e como na vida, afinal de contas eu sou escorpiana):
não peço pra ninguém ser meu amigo.
mas aceito quem espontaneamente quer ser meu amigo.
entendi que a coisa é ainda um pouco mais complexa.
vários detalhes de perfil pra decidir se preencho ou não.
e vários parâmetros de privacidade...
enfins... vamos lá, experimentar isto.
6.1.11
sobre reveillon, kalevala, forno a lenha e tranquilidade
confesso que não gosto de viajar no final do ano. tudo lotado e caro. somando isso a demora em saber sobre a escala de plantão no final do ano, é quase sempre inviável sair de sampa nesses dias. preguiça, muita preguiça.
bem... dessa vez, venci minha má vontade em passar o reveillon fora da cidade. e mesmo em cima da hora, conseguimos reserva para ficar em gonçalves, sul de minas. lembrei da pousada meio que por acaso. o espaço é da mãe de uma ex-aluna e outra ex-aluna alugou uma casinha lá por anos. um outro amigo coincidentemente já tinha ido e se lembrou de lá quando eu disse que em monte verde, o que faltava no chalé era uma boa cozinha, que eu cozinhei pinhão na lareira. nessa pousada, tem fogão a lenha no chalé. certamente isso foi definitivo pra ativar minha memória.
então, reservas feitas, foi pensar o menu para 4 refeições, comprar os ingredientes e sair de são paulo praticamente com uma 'geladeira' no carro.
primeiro erro: não pesquisar sobre as condições climáticas do local. saí inocentemente carregando vestidinhos, regatinhas e havaianas. como fomos de manhã, fui daqui com uma calça e uma blusa de moleton (que virou meu uniforme nesses 4 dias).
segundo erro: pra carregar toda a tralha culinária (leia aí: cilindro para abrir massa e mais outros instrumentos), computador e câmera fotográfica, achei que o melhor era compactar tudo numa mala com rodinhas. erro erro erro!
enfim, lá chegamos e o lugar me arremessou há 15 anos atrás. além de ser um local meio mágico (como um que eu frequentava na adolescência), há quinze anos atrás não existia laptop, nem celular na minha vidinha. lá também não! passada a angústia telecomunicativa inicial, passei a gostar da idéia desse certo isolamento. tanto que demorei pra começar a interagir com o pessoal na mesa comunitária do café. nesses dias todos ficava muito pescando partes das conversas das outras pessoas e me ria internamente com alguns papos esotéricos que me catapultavam pra 1994, 1995... a virada que me deixou nostalgica, também foi muito simpática: comida e música boa, decoração delicada e fogueira pra receber o novo ano.
voltando ao chalé. quando chegou a hora de acender o fogão, resolvi me iniciar com uma refeição mais meiga, pra entender o funcionamento do 'eletrodoméstico'. pipoca. rápido e simples. é. simples... mas nunca na história desse país eu vi uma pipoca demorar tanto pra estourar. uma hora mais tarde, comemos a pipoca e me senti pronta pra preparar o primeiro prato: ravioli de ricota com espinafre ao molho bechamel. ficou sem graça. juro. sabia que podia fazer melhor que aquilo. no segundo dia resolvi descomplicar: talharim com o meu molho (de tomates com azeitonas pretas e pimenta malagueta). aha! aí sim comecei a me entender com o novo amigo (e o namorado a se entender com o empilhar da lenha e o abrir e fechar da chaminé). me empolguei tanto que até tive uma idéia malígna: 'e se eu jogasse uma banana ali naquela brasinha, hein?'. uau. é só me dar uns dias com o "equipamento" que eu já fico íntima. o que seguiu foi isso, minha gente: comidinha feita devagar, com paciência e eu ficando cada vez mais feliz. foi lindo.
da próxima eu já vou mais preparada:
- levar casaco. o local é frio mesmo no verão.
- nunca mais levar malas de rodinhas, ali tudo é estradinha de terra e gramado, e o carro normalmente não sobe até a porta da chalé.
- se tiver oportunidade de ir com um 4x4, vai. pois se chove, a chance do carro atolar é imensa.
- e chove, viu? choveu muito. levar capa e galochas será um adianto.
- fica tudo bem escuro de noite. apesar de espantar os vagalumes, ter em mãos uma lanterna potente é importante. só pra garantir a pizza estilo 'monte você mesmo' (que pelo que soube, acontece no restaurante toda noite de sábado e que dessa vez perdemos por que chovia muito e estava uma escuridão lá fora).
- pensar num menu simples e eficiente. coisas complexas são ainda mais demoradas e te deixarão faminto e mal humorado.
- no chalé que ficamos não tinha geladeira. usamos o lado de fora do chalé pra "resfriar", mas alguns alimentos não resistiram por 3 dias.
- mais idéias malígnas: experimentar assar maçã, batata e milho envoltos em papel alumínio. (e se voltar no inverno, assar pinhão pode ser uma boa pedida).
- ah! não esquecer de fazer sauna finlandesa e se jogar no riozinho logo ali atrás, pra queimar parte das calorias consumidas.
;)
bem... dessa vez, venci minha má vontade em passar o reveillon fora da cidade. e mesmo em cima da hora, conseguimos reserva para ficar em gonçalves, sul de minas. lembrei da pousada meio que por acaso. o espaço é da mãe de uma ex-aluna e outra ex-aluna alugou uma casinha lá por anos. um outro amigo coincidentemente já tinha ido e se lembrou de lá quando eu disse que em monte verde, o que faltava no chalé era uma boa cozinha, que eu cozinhei pinhão na lareira. nessa pousada, tem fogão a lenha no chalé. certamente isso foi definitivo pra ativar minha memória.
então, reservas feitas, foi pensar o menu para 4 refeições, comprar os ingredientes e sair de são paulo praticamente com uma 'geladeira' no carro.
primeiro erro: não pesquisar sobre as condições climáticas do local. saí inocentemente carregando vestidinhos, regatinhas e havaianas. como fomos de manhã, fui daqui com uma calça e uma blusa de moleton (que virou meu uniforme nesses 4 dias).
segundo erro: pra carregar toda a tralha culinária (leia aí: cilindro para abrir massa e mais outros instrumentos), computador e câmera fotográfica, achei que o melhor era compactar tudo numa mala com rodinhas. erro erro erro!
enfim, lá chegamos e o lugar me arremessou há 15 anos atrás. além de ser um local meio mágico (como um que eu frequentava na adolescência), há quinze anos atrás não existia laptop, nem celular na minha vidinha. lá também não! passada a angústia telecomunicativa inicial, passei a gostar da idéia desse certo isolamento. tanto que demorei pra começar a interagir com o pessoal na mesa comunitária do café. nesses dias todos ficava muito pescando partes das conversas das outras pessoas e me ria internamente com alguns papos esotéricos que me catapultavam pra 1994, 1995... a virada que me deixou nostalgica, também foi muito simpática: comida e música boa, decoração delicada e fogueira pra receber o novo ano.
voltando ao chalé. quando chegou a hora de acender o fogão, resolvi me iniciar com uma refeição mais meiga, pra entender o funcionamento do 'eletrodoméstico'. pipoca. rápido e simples. é. simples... mas nunca na história desse país eu vi uma pipoca demorar tanto pra estourar. uma hora mais tarde, comemos a pipoca e me senti pronta pra preparar o primeiro prato: ravioli de ricota com espinafre ao molho bechamel. ficou sem graça. juro. sabia que podia fazer melhor que aquilo. no segundo dia resolvi descomplicar: talharim com o meu molho (de tomates com azeitonas pretas e pimenta malagueta). aha! aí sim comecei a me entender com o novo amigo (e o namorado a se entender com o empilhar da lenha e o abrir e fechar da chaminé). me empolguei tanto que até tive uma idéia malígna: 'e se eu jogasse uma banana ali naquela brasinha, hein?'. uau. é só me dar uns dias com o "equipamento" que eu já fico íntima. o que seguiu foi isso, minha gente: comidinha feita devagar, com paciência e eu ficando cada vez mais feliz. foi lindo.
da próxima eu já vou mais preparada:
- levar casaco. o local é frio mesmo no verão.
- nunca mais levar malas de rodinhas, ali tudo é estradinha de terra e gramado, e o carro normalmente não sobe até a porta da chalé.
- se tiver oportunidade de ir com um 4x4, vai. pois se chove, a chance do carro atolar é imensa.
- e chove, viu? choveu muito. levar capa e galochas será um adianto.
- fica tudo bem escuro de noite. apesar de espantar os vagalumes, ter em mãos uma lanterna potente é importante. só pra garantir a pizza estilo 'monte você mesmo' (que pelo que soube, acontece no restaurante toda noite de sábado e que dessa vez perdemos por que chovia muito e estava uma escuridão lá fora).
- pensar num menu simples e eficiente. coisas complexas são ainda mais demoradas e te deixarão faminto e mal humorado.
- no chalé que ficamos não tinha geladeira. usamos o lado de fora do chalé pra "resfriar", mas alguns alimentos não resistiram por 3 dias.
- mais idéias malígnas: experimentar assar maçã, batata e milho envoltos em papel alumínio. (e se voltar no inverno, assar pinhão pode ser uma boa pedida).
- ah! não esquecer de fazer sauna finlandesa e se jogar no riozinho logo ali atrás, pra queimar parte das calorias consumidas.
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